IRRUPÇÃO DA MOLA

... esta eclosão, esta explosão ou jorro sináptico de forma, sangue e vida,
esta enorme canção que parte da terra e que transcende o mar, a luz e o ar,
este templo sublime, erguendo-se e construindo, como uma labareda quântica e galáctica,
De onde vem tudo isso? Quem, quem trouxe para nós...?
...porque se mora, sai e olha os desertos do mundo,
e, de repente, a fumaça, o fogo, o brilho,
e que, essa doce idade do coração que os acompanha e recebe,
meu e teu, aquele que em puro êxtase tudo acredita e tudo, tudo espera, e, que,
embora oprimidos pelos antigos horrores com seu trágico brilho e densidade: suas pedras,
grilhões de pedra e ferro com que a liberdade chora e sofre, contra o espírito e a virtude;
... ergo, então, que sob o céu rosa e roxo,
- como se a alma ao amanhecer -
Eu emerjo e choro neste momento crucial para o prado,
e, no entanto, ainda pode parecer que, sob tanta beleza, não existiam feridas e golpes fatais,
porque, à medida que passam, tanto encanto é exalado pelas notas imortais e incandescentes do orvalho;
... depois de um profundo estremecimento, a marcha parou e eu tremo em concentração,
- qual culto ascético do homem -
Baixo os olhos e, com força, pressiono contra o peito os pequenos pertences anímicos que carrego;
É um instante de fogo íntimo e sagrado,
quem procura essa fisiologia da luz ou ciência da vida,
a da sua voz sábia,
o da sua grelha,
o da sua paz,
a de sua lei:
oh, o rito exaltado da contemplação.
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Antonio Justel
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